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Golpe da pirâmide que passa de R$ 30 milhões pode ter mais vítimas do que se imagina

1/32/33/3 Fotos: Divulgação/PC-PR   Suspeita-se de que o valor adquirido pelo bando através da fraude ultrapasse a margem de R$ 30 milhões. Muitas vítimas [...]

Por Naldo Cerqueira em 16/10/2019 às 18:11:14
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Fotos: Divulgação/PC-PR

 

Suspeita-se de que o valor adquirido pelo bando através da fraude ultrapasse a margem de R$ 30 milhões. Muitas vítimas eram coibidas a não fazer boletim de ocorrência, pois eram ameaçadas de não receber o dinheiro. "Nesse tipo de golpe, o interesse primário da vítima não é que a pessoa seja presa e sim recuperar o patrimônio. Isso fazia com que as vítimas não comunicassem os órgãos de controle", explicou Feltes.

Os mandados de busca e apreensão foram realizados em diversos bairros de Curitiba, entre eles Santa Quitéria, Cidade Industrial de Curitiba, Novo Mundo, Jardim das Américas, Uberaba e Campo Comprido, bem como em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Dos seis suspeitos presos, cinco eram integrantes da quadrilha e um era segurança de uma casa de jogos, a qual pertencia a um dos integrantes. Ao todo, seriam 9 mandados de prisão. Quatro suspeitos estão foragidos.

"O que atrapalhou é que, semana passada começou a sair na mídia, expondo o problema. Muitas vítimas estavam atrás deles também, então começaram a mudar de endereço. Conseguimos apreender alguns veículos. Estamos tentando localizar patrimônios e imóveis, alguns já foram localizados", disse o delegado.

Credibilidade

Ainda segundo o delegado, os suspeitos passavam a imagem de pessoas bem sucedidas, para dar credibilidade às vítimas.

"Pesquisamos a vida deles antes da empresa. Alguns tinham carros populares e, chegou uma época, que alguns deles tinham até cinco carros de luxo registrado no nome deles ou de terceiros. Além disso, alugaram um andar inteiro, no bairro Batel, em Curitiba, que dava a impressão de uma empresa sólida", disse.

"O capital social inicial da empresa era de R$ 10 mil reais, em 2017. Cerca de 15 meses depois, ele foi artificialmente inflado para R$ 50 milhões. Isso passa uma imagem de maior credibilidade", completou.

Investigações

De acordo com as investigações, o grupo empenhava-se em recrutar pessoas para fazer investimentos na empresa, sob promessa de geraria um retorno financeiro de 30% sob o capital investido em um período de três meses.

"Muita vítima vendeu imóvel, vendeu casa, carro e aplicou. Quando chegou no começo deste ano eles começaram a ter dificuldade de pagamento. Um modo característico da pirâmide: uma hora todo mundo quer tirar dinheiro e não tem para todos", contou o delegado.

Em um dos casos, os suspeitos chegaram a forjar um contrato de garantia de veículo, avaliado em R$ 67 mil, prometendo rentabilidade de 50% em três meses.

"Uma lucratividade alta, bem incomum. Não que seja impossível, mas normalmente uma pessoa que trabalha com esse tipo de atividade, obtém ganhos altos e não repassa tanto para o cliente. Além do que, nesse tipo de atividade, nunca se garante esse tipo de lucro", observou Feltes.

Credenciamento

No curso das investigações, a PCPR descobriu que a empresa e demais membros que a compunham não possuíam qualquer tipo de credenciamento para operar com administração de carteira de valores mobiliários. De acordo com o delegado, o grupo ainda tinha uma plataforma que oferecia cursos e qualificação.

"Teve vítima que foi ao encontro deles para buscar esses cursos, mas eles diziam que eram disponíveis apenas para quem era membro e investidor. Esse treinamento poderia até ser lícito, mas, a partir do momento que eles começaram a captar esses valores sem autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e nem eles, como pessoa física, tinham autorização, deixa de ser", concluiu.

Fonte: Banda B

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