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Acusado de matar advogado ao colidir carro a 122 km/h é julgado sete anos após o crime em Maceió

Por Naldo Cerqueira em 09/04/2023 às 19:34:56
Peugeot em alta velocidade atingiu o Uno com família a caminho do aeroporto. Acidente aconteceu em 4 de setembro de 2015, na Av. Menino Marcelo, na Serraria. Advogado Ítalo Peterson morreu em acidente de trânsito na Av. Menino Marcelo, em Maceió, em 2015

Arquivo pessoal

Acusado de matar o advogado Ítalo Peterson Vilela de Freitas e ferir três pessoas ao dirigir bêbado e colidir o carro a 122 km/h, o motorista Acácio de Oliveira Lima vai ser julgado nesta terça-feira (11), sete anos após o acidente na Avenida Menino Marcelo, na Serraria, em Maceió.

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Segundo a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-AL), no dia 4 de setembro de 2015, às 4h25, Acácio Lima estava bêbado e dirigia seu Peugeot em alta velocidade após sair de um bar, quando invadiu a contramão e atingiu o carro com Ítalo Peterson, os dois irmãos e a esposa de um deles.

Acácio Lima foi denunciado pelo Ministério Público pela morte de Ítalo e pela tentativa de homicídio contra a vida de Perlyesus Vilela de Freitas, Ivisson Pekos Vilela de Freitas e Maria Patrícia Correia de Freitas.

O g1 tentou, mas não conseguiu contato com Acácio Lima, que é advogado em causa própria no processo do acidente.

Ivisson Pekos disse que confia nas provas e no trabalho realizado pela Polícia Civil, Polícia Científica, Ministério Público e Poder Judiciário.

"O processo já está repleto de provas fáticas, processuais, periciais que demonstram toda a trajetória do caminho criminoso, imagens e filmagens, bebendo, conduzindo o veículo, testemunhas, perícia oficial de Estado demonstrando fisicamente como se deu o delito passo a passo, a denúncia do MP aceita pelo judiciário e a pronúncia do réu ao júri para a exemplar condenação", disse Ivisson.

Sete anos de ausência

Ítalo Peterson com os quatro irmãos, pais e crianças da família

Arquivo pessoal

Ítalo Peterson, 31 anos, não resistiu aos ferimentos. Ele era de uma família de cinco irmãos, estava noivo e aguardava o momento de assumir o cargo de agente de polícia civil após ter sido aprovado em concurso público.

No momento do acidente, Ítalo dirigia o carro. Como passageiro da frente, estava seu irmão Perlyesus. No banco de trás, estavam o outro irmão Ivisson e a esposa Patrícia. Os quatro saíram ainda de madrugada da Barra de Santo Antônio para o aeroporto, onde Ivisson e Patrícia pegariam um voo para Brasília para acompanhar a formatura do filho dela.

Patrícia conta que o acidente que provocou a morte do cunhado devastou a família.

"Eles [Ítalo e os quatro irmãos] eram muito unidos. Não tem como descrever como era a amizade deles. Cinco irmãos [de idades diferentes] tipo gêmeos univitelinos. Muito unidos. Tudo eles faziam juntos. Infelizmente, depois do acidente eles tentam ficar afastados porque se eles se juntarem a lembrança é pior. Um lembra o outro. A gente tá muito mexido com a proximidade do julgamento. É dolorosa a falta dele [Ítalo]", disse.

Sequelas, tratamentos e cirurgias

Patrícia conta que, além do impacto emocional, o acidente deixou também sequelas físicas nos três sobreviventes. Ela sofreu um pré-infarto e o marido e o cunhado já passaram por vários tratamentos e ainda precisam de cirurgias, mesmo depois de sete anos do acidente.

"[Perlyeusus] sofreu queimaduras nas pernas provocadas pelo motor do carro que adentrou, perda de quase a totalidade de dentes da arcada inferior, comprometendo a função mastigatória e da dicção, já que trabalha com a palavra, é advogado", disse.

Ivisson chegou a ficar em coma por conta da gravidade dos ferimentos. Por causa das diversas fraturas, ele ficou com limitações motoras e deficiência física permanente.

Espera pelo julgamento e luta contra álcool e direção

Patrícia e Ivisson disseram que esperam que o julgamento ajude na conscientização de que álcool e direção não deve ser misturados, que juntos, podem causar mortes e sequelas.

"A sociedade não suporta mais atos, como estes, que vêm acontecendo e que interrompem vidas. Esperamos a condenação, visto que não há justificativa de beber, dirigir e matar. O propósito é a condenação do réu, pra que sirva de exemplo a outras pessoas não beberem e dirigirem. Estamos confiantes nesta condenação", disseram Ivisson e a esposa.

Ítalo Peterson no casamento do irmão Ivisson e da cunhada Patrícia

Arquivo pessoal

Advogado Ítalo Peterson morreu aos 31 anos em acidente de trânsito na Av. Menino Marcelo, em Maceió, em 2015

Arquivo pessoal

VÍDEO: Acidente resultou na morte de advogado e deixou parentes feridos

Corpo do advogado que faleceu em acidente na Serraria é velado

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