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Ericksen diz que 'não tinha intenção de matar' Abinael e nega que desviou dinheiro da empresa

Por Naldo Cerqueira em 26/10/2021 às 20:31:16
Em depoimento, réu admitiu que contratou Deivison para "dar susto em Abinael". Motivo seria cobrança de um dinheiro que a vítima tinha emprestado. Ericksen Dowell é apontado como mandante do sequestro e morte do amigo Abinael Ramos Saldanha, em Rio Largo, AL

Reprodução/Youtube

Acusado de ser o mandante do assassinato do amigo de infância Abinael Ramos Saldanha, Ericksen Dowell da Silva Mendonça negou em depoimento a tese da promotoria de que desviou dinheiro da empresa em que os dois trabalhavam e que planejou o crime porque foi descoberto. "Não estava planejando matar o Abinael. Adquiri uma arma, mas eu não tinha intenção de matar", disse.

O crime aconteceu em 2016. Além de Ericksen, são julgados Jonathas Barbosa de Oliveira, Jalves Ferreira da Silva e Deivison Bulhões da Rosa Santos como executores. O júri popular começou por volta de 10h, no Fórum da Comarca de Rio Largo, e às 19h estava na fase de debates entre promotoria e defesa.

Em seu depoimento ao júri, Ericksen falou que pegou aproximadamente R$ 12 mil emprestados com Abinael, não conseguiu pagar a dívida com juros, e foi ameaçado de morte pela vítima.

"Abinael me emprestou um dinheiro em dezembro de 2015. Me emprestou R$ 12 mil para pagar a ele R$ 14.400. Eu aceitei pegar esse dinheiro emprestado porque eu tinha uma causa trabalhista na Justiça e já estava para receber quase R$ 10 mil. Quando chegou janeiro, eu não recebi o valor pela causa trabalhista, então procurei ele e falei, 'olha, ainda não recebi o dinheiro'. Ele foi aguardando. Chegou o início de junho, ele me chamou na recepção e fez uma ameaça", contou o réu em depoimento.

A partir daí, segundo Ericksen, ele passou a ser ameaçado por Abinael. "Eu não tinha pagar a dívida, porque o valor acertado foi R$ 14,400. Em seis meses, ele estava me cobrando R$ 26.400. Ele falou que ia receber o dinheiro até o dia 21 de junho. Foi se aproximando e ele disse que ia me matar. Se eu não pagasse até o dia 21 de junho, ele ia me matar. Eu achei até que era uma brincadeira. Foi quando eu disse que eu ia embora do estado, e ele disse que ia matar a Yasmin, que era a minha noiva na época. Quando ele disse isso, caiu a ficha, e eu fiquei aperreado e pensei que realmente ele estava me ameaçando".

Questionado, Ericksen disse que Abinael não estava armado e não sabia dizer de que forma o amigo ia matá-lo. O réu também respondeu que não tem documentos que comprovem o empréstimo do dinheiro, não denunciou as ameaças de morte à polícia e nem contou para a família sobre as cobranças e ameaças de Abinael. Ele também disse que adquiriu uma arma para dar dois tiros para cima se alguém tentasse matá-lo.

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Perguntado no julgamento se foi levado ao crime por Deivison Santos, Ericksen respondeu que sim. O réu disse que Deivison o aconselhou a pagá-lo para "dar um susto em Abinael, mas não pretendia matar".

"Eu aceitei a proposta dele [Deivison]. Ele estava com a proposta de resolver esse problema". Em mais um questionamento no julgamento, Ericksen disse que não sabia que mais pessoas participariam do crime.

Quando questionado sobre de que outra maneira iria "se livrar do problema" se não fosse matando Abinael, de qual forma seria o susto que Deivison iria dar em Abinael para impedi-lo de cobrar a dívida, Ericksen respondeu: "Eu não sei, eu queria naquele momento preservar a minha vida e a vida da minha noiva".

Abinael Ramos Saldanha foi assassinado em 2016 em Alagoas, a mando do amigo de infância

Reprodução/Facebook

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